"Boa noite e boa sorte", uma espécie de slogan do jogo, a primeira vista soa um tanto "boba", mas ao jogar, quando o sol começa a se pôr e você recebe uma mensagem pelo rádio informando para buscar abrigo, pois a noite está chegando, você percebe que esta frase, na verdade, carrega toda a tensão do jogo: Dying Light.
Tenho que ir, amigo. Está ficando tarde. |
Se durante o dia você tenta sobreviver entre hordas de zumbi, a noite é
melhor se esconder, pois é quando o "bicho pega", literalmente.
Apocalipse zumbi. Lá vamos nós outra vez. |
O jogo chegou com o hyper
positivo e negativo. Positivo, pois os trailers mostravam um
jogo fantástico, aquele game que
seria a evolução (necessária) do seu antecessor: Dead Island (da mesma
produtora, Techland, claro). E negativo por uma questão idêntica: achavam que o game seria na verdade outro Dead
Island, ideia que não agradou muito. A verdade? as duas coisas. Sim, o jogo é
uma fantástica evolução (revolução) do Dead Island. Vemos o DNA do game anterior em quase
todos os pontos do game, mas apenas a "parte boa" do DNA. Some a isso
excelentes gráficos, boa história, jogabilidade refinada, parkour e o melhor de
tudo: a transição entre o dia e a noite, fazendo deste, dois jogos em um.
Apenas o melhor de Dead Island continuou, ufa! |
Destaco aqui os principais pontos
do jogo:
1. Mundo aberto: Sim, o mapa é
grande. Mas, se torna gigante se você considerá-lo na vertical, pois muito do cenário
se desenvolve de cima para baixo (e vice versa), afinal, como falo em seguida, uma característica
forte do jogo é o parkour. A liberdade do seu personagem não se resume a andar
e correr de uma lado para outro, mas a escalar, saltar, subir, pular entre muros,
prédios, casas, carros, favelas e zumbis, sim, com o tempo seu personagem evolui ao ponto de
usar os zumbis como "apoio" para alcançar lugares mais altos.
Cenário bonito, grande e divertido de explorar. |
2. Parkour: o nome já diz tudo.
Sinta-se livre (muito livre) para utilizar o cenário com preferir. O mapa é
direto, mas o caminho é você quem faz.
E viva a liberdade! |
3. RPG: Fortes elementos de RPG
tornam o jogo ainda mais gratificante. Seu personagem evolui em três árvores de
habilidades distintas: sobrevivência, agilidade e força. Com o tempo você ganha habilidades como:
saltar sobre zumbis, criar bomba com temporizador, barganhar melhores preços nos
"shoppings", usar vísceras dos mortos como “disfarce” etc. Além
disso,você aprende a construir,
melhorar, evoluir (e reparar) armas.
Uma pitada de RPG não faz mal... |
4. Noite: Aqui a cereja do bolo.
A transição entre o dia e a noite deixam o jogo tenso. Quando vai ficando
escuro você sente a necessidade de procurar um abrigo, afinal, enfrentar a
noite e sobreviver é um desafio e tanto. Se durante o dia você é um guerreiro:
corre, luta, explora. A noite você prefere agir como um ninja: sorrateiramente, tentar permanecer indetectável e, principalmente, fugir quando
perseguido. Sim, perseguido, pois há uma espécie de zumbi que apenas sai a
noite, mas sai para caçar! Vale ressaltar que o jogo estimula a saída noturna:
pontos de experiência em dobro, missões noturnas e recompensas quando o
personagem foge de perseguições ou simplesmente passa a noite fora de “casa” e
sobrevive até o amanhecer.
Quer mais? diferente de todos os jogos (pelo menos que eu conheço) o elemento "noite" aqui é pra valer, é tudo escuro, breu, ou seja, é pra dar medo, pra sentir como uma noite de verdade numa cidade devastada e tomada por mortos vivos se parece. A noite, em Far Cry 4, por exemplo, você enxerga tão bem quanto de dia. Em Dying Light, sua lanterna é sua melhor amiga, mas não abuse, pois você não quer ser encontrado.
Tá ficando escuro... mamãe! |
Quer mais? diferente de todos os jogos (pelo menos que eu conheço) o elemento "noite" aqui é pra valer, é tudo escuro, breu, ou seja, é pra dar medo, pra sentir como uma noite de verdade numa cidade devastada e tomada por mortos vivos se parece. A noite, em Far Cry 4, por exemplo, você enxerga tão bem quanto de dia. Em Dying Light, sua lanterna é sua melhor amiga, mas não abuse, pois você não quer ser encontrado.
Anoiteceu? "alone in the dark" |
Aqui, deixo uma nota de
referência: Durante o dia jogamos o modo "The Walking Dead", a noite o modo "Eu sou a
lenda". Se você conhece o seriado e o filme citados aqui, você vai entender bem como o jogo
funciona.
De dia viva como em "The Walking Dead"... |
... a noite, melhor voltar pra casa, como em "eu sou a Lenda". |
Mais um ponto digno de nota: Um
detalhe interessante é que quando a versão final do game saiu, muitos
compararam Haram (local fictício onde se passa a história do jogo) ao Rio de
Janeiro, especificamente, as favelas. As comparações são inevitáveis, rodando
por todo o mapa encontrei muitas semelhanças com a cidade maravilhosa: o Pão de
Açúcar, o Maracanã, além de referências constantes ao local a sediar olimpíadas
(cartazes, outdoor por toda cidade). E a mais forte de todas: as favelas (com
seus túneis, orelhões, caixa d’água, pontes...). Enfim, é uma cópia, embora não
assumida, deste lado, digamos, menos glamoroso do Rio de Janeiro.
Favela, olimpíadas... |
Em resumo: É impossível gostar da "cultura" zumbi e vídeo game e não se apaixonar por Dying Light. Ou, Zumbi + game = Dying light.
Matar o morto. |
Bom, se fosse esta uma análise
imparcial, Dying light ficaria com o selo "prata", mas por ser uma
análise bem pessoal, entrego (muito feliz) o selo "ouro" para este game
que parece ter sido feito sob medida para mim.
FICHA TÉCNICA
Desenvolvedor: Techland
Estúdio: Warner Bros. Interactive Entertainment
Plataformas: PlayStation 4, Xbox One, Microsoft Windows, Linux
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